"Lugares Invisíveis" é resultado de um projeto realizado por 50 estudantes da Escola Estadual Presidente Getúlio Vargas, o Polivalente de Aquidaban, em Cachoeiro de Itapemirim/ES.
“Lugares invisíveis”, diferentemente do que o título pode sugerir a princípio, é mais sobre pessoas invisíveis do que lugares. Essa é uma característica em comum a todos os textos, apesar dos estilos diferentes. A crônica se nutre de personagens da vida real. Pessoas que fazem parte do nosso dia a dia, mas que, muitas vezes, sequer sabemos o nome delas: o padeiro, o pedreiro, a mãe de alguém, o açougueiro, a costureira, a mulher do 3º andar que esbarra com você todos os dias no elevador, o motorista de ônibus, a garçonete, entre tantos outros anônimos.
Trata-se também de um lugar de fala invisível. A literatura ainda é um lugar de prestígio social que nem todas as pessoas conseguem alcançar, mas, contrariando as estatísticas, este livro é uma narrativa dos filhos dos anônimos, estudantes de escola pública que foram capazes de perceber o poder da escrita. Conquistado o direito da fala, a escola deixa de ser um ambiente de conhecimento tradicional para uma ferramenta potente de libertação. Esta iniciativa visa colocar luz, construir palcos, derrubar muros para que mais pessoas possam ser lidas e ouvidas.