Você precisa saber que uma mulher pode fazer qualquer coisa, inclusive ser livre, inclusive falar, inclusive escrever, inclusive ganhar a cena. Nós, mulheres, precisamos saber que podemos fazer qualquer coisa, inclusive ser livre para falar e escrever cenas.
A voz feminina costuma ser silenciada a ponto de ainda termos a realidade de uma maioria de escritores homens num país majoritariamente feminino. Mas aqui, não. Elas Tramam é voz feminina, é visão feminina do mundo e os temas são universalmente atravessadores.
Temos aqui catorze mulheres que se encontraram quinzenalmente para pensar e escrever textos teatrais, mas essa frase não representa o tamanho do projeto, a potência dos encontros.
Eu achava que este era um projeto de dramaturgia, mas fomos além. Ensinamos umas para as outras, aprendemos umas com as outras, tramamos.
MeirielePriscillaAlanaBrendaAidêAlessandraRejaneKatePatriciaCamilaXisLorenaSimonyMelina. O texto de cada uma dessas catorze mulheres foi construído ao lado das outras treze. Textos pessoais e coletivos ao mesmo tempo. Juntas, elas alcançaram a força e a maturidade que este livro traz.
Desdobráveis, elas discorrem sobre assuntos que tocam a todos nós: câncerpedofiliadorintrigafomedesastrenaturaltransexualidadeamorrelaçõeshumanas. Além de escrever um livro, de escrever para palco, crescemos juntas e entendemos o poder que temos.
Assumir discursos, publicar textos, ser encenada, fazer dramaturgia, tocar em temas femininos ou não, ser mulher e se propor a falar. Exercícios de poder simbólico. Ninguém pode dizer que o poder simbólico não é real.
NieveAlineAlessandra